Cachoeiras do Tepequém voltam a ficar cheias com período chuvoso e atraem turistas
03/05/2024
Região é a mais turística do estado e foi atingida pela estiagem no primeiro trimestre deste ano. Rede Amazônica esteve na vila do Tepequém, onde os turistas ficam hospedados para visitar as cachoeiras e aproveitar o clima frio das serras. Turismo em Tepequém volta a ganhar força após seca e incêndios florestais
As águas estão de volta nas cachoeiras do Tepequém, a principal região turística de Roraima. O local foi atingido pelos efeitos da forte estiagem no primeiro trimestre deste ano, inclusive com registros de cachoeiras completamente secas. Com o início do período chuvoso, que começou em abril, e a cheia das cachoeiras, os turistas voltaram a visitar o local.
⛰️ A Serra do Tepequém fica distante cerca de 210 km de Boa Vista. O local é um dos mais visitados por apresentar atrações como cachoeiras, um platô que chega a quase 1.022 m de altura e pelo clima ameno durante a noite, proporcionado pelas serras.
🌋 Em fevereiro, quando Roraima bateu o recorde de focos de calor, incêndios florestais e em áreas rurais devastaram o município, inclusive a região de Tepequém. Pela estrada que sobe a serra, ainda é possível ver algumas árvores e vegetações queimadas.
A Rede Amazônica esteve na vila do Tepequém, onde os turistas ficam hospedados para visitar as cachoeiras e aproveitar o clima frio das serras. Nas áreas de camping o que antes era totalmente verde dá espaço a partes mais escuras degradadas, assim como as placas com avisos para evitar queimadas, mas pouco a pouco o local se reestrutura.
🌧️ A região registrou chuva durante a última sexta-feira (26) ao domingo (28) — é justamente o início das chuvas que trouxe de volta as cachoeiras do Paiva e do Barata, as mais tradicionais da região. Em Roraima, o período chuvoso, conhecido como inverno amazônico, inicia em abril e dura até setembro.
Quem aproveitou a folga para curtir as águas refrescantes de Tepequém foi o engenheiro civil Edney de Melo. Ele esteve na cachoeira do Paiva e ficou feliz pela volta d'água no local, um dos mais atingidos pela seca.
"Eu sempre digo assim: que nada dura pra sempre, eu sabia que algum momento ia voltar. E que bom que voltou porque a gente está vivendo muito urbano, esses ares... E quando a gente volta para esses ambientes naturais, algo, um instinto assim dentro da gente ancestral entra em contato de novo e reacende aquela chamazinha", disse.
Engenheiro civil Edney de Melo curtiu a folga na cachoeira do Tepeqúem
Carlos Barroco/Rede Amazônica
O período de chuva trouxe de volta os turistas e também movimento para o comércio local. O comerciante José Ubiratan, conhecido como Bira, vende coco e açaí em Tepequém há 60 anos e conta que teve as vendas afetadas devido à estiagem.
“Essa semana começou a chegar um pessoal aqui, mas nós passamos aqui uns meses de perrengue, um negócio fraco mesmo. Semana passada aqui mesmo não deu ninguém, por conta da seca, do fogo, porque a pessoa que vem pro Tepequem, ela quer as cachoeiras, se não tiver água não adianta", relembrou.
Além das opções de passeios ecológicos, outras iniciativas fomentam o turismo na região. No fim de semana, o Motoclube Insanos realizou um show de rock. A primeira edição do evento Serra do Fogo Motofest reuniu dezenas de pessoas.
"O Tepequém vem de 3 meses de seca, com esse evento a gente pretende também trazer o turismo de volta para serra e vamos realizar esse evento aqui todo ano na mesma data", explicou Fabrício Barbosa "predador", diretor do Insanos Motoclube regional Roraima.
Evento de rock movimentou turismo em Tepequém
Carlos Barroco/Rede Amazônica
Obras na região turística
Em vários pontos da região é possível ver placas e máquinas de obras e homens trabalhando, principalmente no trecho de entrada da cachoeira do Paiva. O objetivo é construir um portal de entrada em Tepequém, um centro de atendimento ao turista e a principal obra: um mirante na região.
"São obras de infraestrutura, nós começamos com a pavimentação do trecho que vai até o mirante estava sem asfalto, são 3km de asfalto que estão sendo construídos. Nós fizemos a rede elétrica pra ter energia onde as obras vão ser feitas. O mirante vai ter uma passarela para que as pessoas possam fotografar melhor e de forma segura no mirante", explicou Edilson Damião, secretário de infraestrutura e vice governador de Roraima.
Região recebe obras de infraestrutura
Carlos Barroco/Rede Amazônica
A obra do mirante, do portal e do centro de atendimento deve custar R$2.173.534,74. A pavimentação tem custo de R$8.743.338,19 e a eletrificação e criação de poços artesianos no valor de R$459.358,41. De acordo com o governo de Roraima a estrutura deve ficar pronta no final de outubro de 2024 e isso anima a comunidade local.
"Essas obras colocam o Tepequem em outro patamar para atrair maior diversidade de turistas, pra gente que não pode ir nas cachoeiras e algumas obras mais de urbanização aqui tendem a facilitar da vida dos turistas e ajudar as comunidades a ter sua renda e usurfruir também destes benefícios", disse Juacy Luz, dono de um bar e pousada tradicionais da região.
A Serra do Tepequém, localizada no município de Amajari, ao Norte de Roraima, é considerada o destino mais procurado pelos turistas locais e de outros lugares do Brasil, segundo o Departamento de Turismo do Estado (Detur).
Cachoeira do Paiva, em Tepequém
Carlos Barroco/Rede Amazônica
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